Publicado em: 6 de outubro de 2025
A 30ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro marcou mais um capítulo contrastante para as equipes paraenses. Enquanto o Paysandu segue lutando contra o rebaixamento e tentando engatar uma sequência de vitórias, o Remo vive um momento de recuperação que reacende o sonho do acesso. Dois times, duas realidades distintas — mas ambos movidos pela cobrança intensa de suas torcidas.
O Paysandu entrou em campo diante do Cuiabá, em Belém, tentando embalar após a grande vitória conquistada em Criciúma. O clima era de otimismo nas arquibancadas da Curuzu, mas o Papão acabou esbarrando em seus próprios erros e ficou apenas no empate. O resultado, embora tenha somado um ponto, não foi suficiente para tirá-lo da lanterna da competição – agora com 26 pontos. A equipe segue em situação delicada, precisando reagir com urgência para evitar um rebaixamento que seria devastador para o clube e sua torcida.
O desempenho do time bicolor ainda preocupa. Apesar de alguns lampejos de evolução, a inconsistência tem sido o maior inimigo do Paysandu. Falhas defensivas, pouca criatividade no meio-campo e a dependência de jogadas individuais comprometem o conjunto. O técnico busca soluções, mas a cada rodada a pressão aumenta — e o tempo diminui. A luta agora é contra o relógio e contra o desânimo. Restam apenas oito rodadas para o “milagre” da salvação.
No lado azulino da capital, o cenário é outro. O Remo, já sob o comando de Guto Ferreira, emendou duas vitórias seguidas e começa a sonhar novamente com o G-4. A equipe demonstrou maturidade e força fora de casa ao derrotar o Operário-PR neste domingo (05), por 1 a 0, com gol de Jaderson já nos minutos finais. A vitória foi suada, mas trouxe alívio e esperança à torcida remista, que voltou a acreditar que o acesso ainda é possível.
Com esse resultado, chegando aos 45 pontos, o Remo encurtou a distância para o grupo dos quatro primeiros colocados. Agora, são apenas três pontos que separam o time paraense da zona de acesso — uma diferença que parece pequena, mas que exige regularidade e foco total nas rodadas finais. O Remo precisará manter o embalo e lidar com a pressão crescente de adversários diretos, que também disputam palmo a palmo as posições de cima.
O momento do clube é fruto de ajustes importantes. A defesa se tornou mais sólida, o meio-campo ganhou intensidade e o ataque voltou a marcar em momentos decisivos. O técnico conseguiu equilibrar o elenco e extrair o máximo de jogadores que antes pareciam apagados.
Enquanto o Remo olha para o alto da tabela, o Paysandu tenta se erguer do fundo. As trajetórias, opostas, revelam como o futebol pode ser imprevisível e cruel. Um deslize pode custar caro, e uma boa sequência pode mudar completamente o destino. Ambos, porém, compartilham o mesmo fardo: a expectativa de uma torcida apaixonada que cobra, sofre e acredita.
No fim, a 30ª rodada reforça uma lição conhecida, mas sempre atual: no futebol, nada é definitivo. O Paysandu ainda pode reagir, e o Remo ainda pode tropeçar. Entre a euforia e o desespero, o que define o futuro é a capacidade de persistir. No Pará, a Série B segue viva — e o coração do torcedor, dividido entre a esperança e o medo, continua batendo forte a cada rodada.
Foto: Renan Melo (Paysandu-Cuiabá)
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