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Sem a menor dúvida, as obras mais importantes que Belém está ganhando em função da COP 30 são as de saneamento básico, que repercutirão na saúde pública, mobilidade, infraestrutura e, sobretudo, na dignidade humana. O presidente Lula e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, visitaram ontem, 3, os projetos de urbanização financiados pelo Banco. Doze canais estão recebendo intervenções de macrodrenagem e urbanização, em benefício de mais de quinhentas mil pessoas (cerca de 35% da população da capital parauara), com financiamento total de R$ 1,5 bilhão do BNDES.

O investimento literalmente vai tirar da lama centenas de milhares de famílias que por décadas sofreram horrores com alagamentos e ausência de serviços básicos.

O canal União, na bacia do Tucunduba, integra, juntamente com a bacia do Murucutu, o maior projeto, com crédito de R$ 740 milhões do BNDES. As obras atendem os bairros do Guamá, Marco, Terra Firme, Canudos e Curió-Utinga, contribuindo para a ocupação ordenada da margem dos rios e a ampliação do acesso aos serviços públicos essenciais, com impacto direto na qualidade de vida dos moradores. As intervenções abrangem retificação de canais, execução de vias marginais, calçadas, ciclovias, sinalização, pontes, passarelas, redes de água, esgoto e águas pluviais, praças e pavimentação de vias. Os canais da Cipriano Santos, Gentil Bittencourt, Vileta, Leal Martins, Timbó, Mártir, Murucutu e Caraparu, somando quase 10 Km, também estão no pacote.

Outro projeto, com financiamento de R$ 107 milhões do BNDES, é o da macrodrenagem e desenvolvimento urbano do bairro do Mangueirão. As obras vias marginais, calçadas, sinalização, pontes, passarelas, adequação das redes de água, esgoto e águas pluviais, pavimentação, ciclofaixa, aterro de bolsões de alagamento e praça. Cerca de 96% já foram executadas, com conclusão prevista para o início de novembro.

O BNDES financiou também a implantação do parque linear na Av. Almirante Tamandaré, com R$ 162,8 milhões. Ali foi executada macrodrenagem, coleta e tratamento de esgoto e adequação do espaço público, de modo a fomentar o turismo e o lazer.

Ainda na Tamandaré, o BNDES apoia com R$ 23,7 milhões a construção de um terminal fluvial turístico para passageiros e que será ponto de partida para linhas de transporte até as ilhas de Belém, como Combu, Onças e Praia Grande. Com área de 476 m², o projeto conta com passarela em concreto, cobertura, plataforma de embarque e desembarque de passageiros, salas para Corpo de Bombeiros, PM e Juizado Especial, instalações administrativas, depósito, guarda-volumes, guichês, lojas e banheiros. A obra está com 96% de execução, e deverá ser concluída ainda neste mês.

A duplicação da Rua da Marinha também tem financiamento de R$ 248,5 milhões do BNDES. A via vai ligar a Rodovia Angusto Montenegro à Av. Centenário, com três faixas de tráfego em cada sentido, faixas exclusivas para ônibus, com abrigos nos pontos de parada, duas rotatórias, passagens elevadas para pedestres, canteiro central com passeio, ciclovia, vagas de estacionamento e sistema de drenagem modernizado.

O BNDES financia, ainda, a implantação do Terminal Hidroviário Internacional de Belém, com R$ 53,7 milhões, e a requalificação do Hangar Centro de Convenções da Amazônia, com R$ 40 milhões. Além disso, o Banco destinou R$ 36,9 milhões não reembolsáveis ao restauro do complexo arquitetônico Mercedários e outros R$ 10 milhões ao Museu das Amazônias.

O Terminal Hidroviário Internacional terá infraestrutura para operar embarcações de grande porte. O Armazém 10 do Porto de Belém, atualmente desativado, será readequado e integrado ao Armazém 9, utilizado hoje na operação de rotas intermunicipais e que também será reformado. Contará com 4.800 m² para embarque, desembarque, receptivo, manejo de bagagens e alimentação. Após a COP, continuará operando rotas internacionais e domésticas.

O Hangar será revitalizado e modernizado, com dois pavilhões integrados, o principal com 8.500 m² e o outro com 1.200 m². Receberá redes de TI, modernização da rede lógica e do sistema de sonorização, readequação dos banheiros, modernização do sistema de refrigeração, requalificação da geração fotovoltaica, exaustão, instalações elétricas, estacionamento e reparos gerais. Ali 97% dos trabalhos já estão executados, com entrega prevista para o fim do mês.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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