Publicado em: 21 de setembro de 2025
O outono chegou no Reino Unido trazendo Otto Luiz Malato-Johnson, meu neto inglês, posteriormente brasileiro por cidadania, nas circunstâncias da vida que ninguém profetiza, mas que ocorre com as benções do Criador. A felicidade é intensa na família, bem mais que o frio de começa a se espalhar em Londres.
Há um ano nasceu meu primeiro netinho, o americano Jax Paul Malato Soares, prometendo fazer uma boa dupla com Otto em nome de suas nações e mais o Brasil como terra de seus avós. O milagre da vida é a sua continuidade, cujos destinos ninguém descobre, mas se pode pedir que a felicidade seja uma constante na vida de cada um.
Americanos e ingleses falam a mesma língua e só me resta ensinar-lhes o português de Fernando Pessoa, uma vez que irão aperfeiçoar meu inglês de Walt Whitman e Shakespeare. Desejo muito que a tecnologia não os afaste dos livros, até porque a cada um ofereci minha recente obra poética: “O Rito do Sobrevivente”, escrita em português, com dedicatórias específicas.
Nascem no momento agitado da política que tem confundido nações com governantes agressivos, diferenças sociais entre povos, avanço da insensibilidade política e a Amazônia ameaçada. Tudo em nome de ideologias, interesses econômicos e desvios de personalidades de quem não deveria estar no poder.
Mas prefiro, nesta hora em que escrevo aqui no hall do Soufthbank, orla do rio Tamisa, rara manhã ensolarada, falar de flores a meus netos, dizendo a eles que a vida os espera com muitas soluções e o amor é a base de tudo.
Nosso planeta é um ponto azul em nossa galáxia, parecendo possuir o privilégio da vida, o que não acredito, embora a vida insista em persistir por aqui apesar de cinco extinções no ciclo da existência dos períodos geológicos.
O nascimento de vocês, cada qual em seus países, me lembra dois escritores: o americano Richard Bach, que escreveu a fábula, “Longe é um lugar que não existe”, contando a história de uma gaivota que organiza um proposito de vida aperfeiçoando suas habilidades positivas e transcendendo seus próprios limites e o inglês Charles Dickens, que escreveu “David Copperfield”, obra autobiográfica contando a história de um adolescente nas ruas da Inglaterra de 1820, vivendo adversidades que lhe deram força e ânimo para enfrentar a vida.
Duas obras maravilhosas que ensinarão ao Jax e ao Otto um sentido especial de viver e enfrentar os desafios deste mundo, se assim aceitarem como primeiras sugestões de leitura deste avô que mora longe.
Sempre disse aos meus filhos que a vida é uma aventura em que erramos acertando num longo aprendizado. Os adultos possuem a chance de construir um mundo mais solidário aos que vem surgindo. A oportunidade de reformular os erros cometidos para acertos do amanhã é uma constante.
Não existe perfeição nos relacionamentos emocionais, eles se desenvolvem na medida da maturidade. Às vezes somos algozes, outras vezes somos vítimas dos caminhos que traçamos. Nossos descendentes aprendem conosco, outra vezes são aqueles que nos ensinam. Ao Tom e a Alice, minha filha, pais de Otto, minhas congratulações por esse feito divino.
Vou ficando por aqui porque a tarde caiu e a temperatura mudou, me obrigando a levantar voo como Fernão Capelo Gaivota e percorrer as ruas de Charles Dickens, com carros elétricos, wi-fi livre na maioria dos estabelecimentos, segurança pública completa, inclusão social e imensos parques conservados, neste ano de 2025.
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