Publicado em: 19 de agosto de 2025
A 22ª rodada da Série B não trouxe boas notícias para a dupla Re-Pa. Tanto Remo quanto Paysandu deixaram o fim de semana com um gosto amargo. No sábado (16), em Belém, o Leão ficou apenas no empate em 1 a 1 com o Botafogo-SP, desperdiçando mais uma chance de retornar ao G-4. Já no domingo (17), em Chapecó, o Papão sucumbiu diante da Chapecoense e foi derrotado por 2 a 0 na Arena Condá, resultado que manteve o time atolado na zona de rebaixamento – na penúltima posição, com 19 pontos.
Se por um lado o empate manteve o Remo na parte de cima da tabela, por outro expôs novamente o impasse que acompanha a equipe azulina nesta Série B. Dentro de casa, o time ainda não consegue transformar superioridade técnica em resultados consistentes, e a instabilidade sob o comando do treinador lusitano António Oliveira começa a incomodar a torcida.
A grande arma do Leão tem sido a combinação entre a sorte e o talento do goleiro Marcelo Rangel. Contra o Botafogo-SP, mais uma vez o veterano arqueiro foi decisivo, evitando uma derrota que teria custado caro na corrida pelo G-4. O peso da experiência de Rangel – além da ótima forma técnica – tem sido um escudo para esconder algumas das fragilidades coletivas do time.
E é justamente aí que mora a frustração: o Remo tem a segunda maior folha salarial da Série B, um elenco recheado de jogadores com qualidade, mas em campo o desempenho não acompanha o investimento. A equipe sofre com falta de evolução tática, sinais de desgaste físico prematuro e uma clara dificuldade de manter intensidade ao longo dos 90 minutos. A pontuação obtida pelo Remo ainda o deixa em boa condição – 34, apenas a 2 do quarto colocado (Novorizontino-SP). Mas o recorte atual do campeonato não é bom para a torcida e diretoria azulinas.
A derrota em Chapecó marcou o segundo tropeço consecutivo do Paysandu nesta Série B. Sem forças para competir de igual para igual, o Papão foi superado pela organizada equipe da Chapecoense, que vive grande fase, se consolida no G-4 e aparece como candidata séria ao acesso. A diferença de momento entre os dois clubes ficou evidente nos 90 minutos no interior catarinense.
O cenário preocupa ainda mais porque, nas últimas cinco rodadas, o Paysandu somou apenas três pontos. As lacunas do elenco tornam-se cada vez mais expostas e revelam o péssimo planejamento da diretoria para a temporada. Faltam peças de reposição, sobretudo em setores-chave, e o desgaste do elenco titular tem cobrado seu preço.
Apesar disso, a torcida bicolor não desiste e segue alimentando a esperança de reação para escapar da queda à Série C em 2026. O retrospecto geral do técnico Claudinei Oliveira no comando da equipe ainda é positivo – são 4 vitórias, 5 empates e apenas 2 derrotas – mas a equipe precisa voltar a vencer para “respirar”. A resolução recente do problema de transferban, viabilizada por um aporte de patrocínio do governo do Pará, abre a perspectiva de reforços que podem ser fundamentais na luta contra o rebaixamento.
A próxima rodada promete fortes emoções para o torcedor paraense. No sábado (23), o Remo encara um “teste de fogo” em Curitiba-PR, diante do Coritiba, um dos líderes da Série B e franco candidato ao acesso. Já no domingo (24), será a vez de Paysandu entrar em campo em Belém, contra o Operário-PR, em um confronto direto que pode definir muito sobre suas chances de escapar do rebaixamento.
Dois jogos de alta tensão, que colocam à prova a capacidade da dupla Re-Pa de reagir em momentos decisivos da competição. Os corações dos torcedores já batem acelerados.
Foto: Igor Silva (Remo-Botafogo)
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