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A advocacia consolidou minha caminhada de jovem pobre, vindo do interior do Estado. Foi advogando que formei minha visão de mundo, meu compromisso com a justiça social e meu senso de responsabilidade institucional. Ao longo de 37 anos de trajetória profissional, tive a oportunidade de viver experiências que me formaram profundamente, como advogado militante, dirigente de classe, gestor público e defensor dos direitos humanos.

Agora, coloco meu nome à disposição para integrar o Tribunal de Justiça do Estado do Pará pelo Quinto Constitucional da OAB. Faço-o com serenidade, com a maturidade de quem viveu intensamente a vida pública e jurídica. Faço-o com dupla consciência: de serviço e de missão. Servir à administração da Justiça para cumprir a missão institucional da advocacia de fortalecer e aperfeiçoar o funcionamento do Poder Judiciário.

É com muito orgulho que participo desse processo também pela cota racial, honrando minha ancestralidade e reforçando a importância da representatividade da maioria negra, num Estado em que 79,7% da população se autodeclara negra. Sendo de Monte Alegre, trago comigo ainda a identidade do homem do interior, território onde vive a imensa maioria de nós, paraenses.

Ao longo da minha jornada, fui Presidente da OAB Pará por dois mandatos, Conselheiro Federal e Presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas do CFOAB, titular da dignidade de Membro Honorário Vitalício da Seccional do Pará. Em todos esses espaços, aprendi o valor do diálogo, da construção coletiva e da lealdade às decisões colegiadas. O meu tempo de advocacia coincide com a vigência da Constituição. Nestes mais de 13 mil dias de exercício profissional, sempre estive ao lado da sociedade, contribuindo para a efetivação do Estado Democrático de Direito, para as políticas públicas e para a implementação dos direitos fundamentais.

Também tive a honra de servir ao Pará como Secretário de Estado, primeiro na Administração Penitenciária, depois na Igualdade Racial e Direitos Humanos. Coordenei políticas públicas, tomei decisões difíceis, lidei com vidas humanas em situações de vulnerabilidade. Presidi o Conselho Nacional de Secretários de Justiça e Direitos Humanos, representando o Estado em discussões de impacto nacional.

Essas experiências me trouxeram não apenas conhecimento técnico e institucional, mas também empatia, capacidade de escuta e respeito ao papel de cada instituição no processo democrático.

Conheço o dia a dia da advocacia. Sei das dificuldades, das urgências, dos entraves e das expectativas que a sociedade deposita na Justiça. Por isso, coloco minha história a serviço do Tribunal de Justiça do Estado do Pará. Quero contribuir com tudo o que aprendi e, acima de tudo, quero continuar aprendendo. Tenho profunda admiração pelo trabalho dos desembargadores e desembargadoras que compõem o TJPA, com os quais já tive a oportunidade de dialogar e colaborar em diversas situações institucionais.

Minha intenção é seguir essa construção coletiva, buscando soluções que estejam à altura dos desafios da nossa sociedade. Acredito em um Judiciário acessível, célere, plural e inclusivo, sempre comprometido com a dignidade da pessoa humana.

A Justiça não é obra de um só, é construção de muitos. Sigo pronto para construir, com humildade, experiência e compromisso.

Jarbas Vasconcelos
Advogado há 37 anos, Membro Honorário Vitalício da OAB Pará, ex-presidente da OAB Pará por dois mandatos, Conselheiro Federal e ex-presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas. Foi Secretário de Estado de Administração Penitenciária e de Igualdade Racial e Direitos Humanos, presidindo o Conselho Nacional de Secretários de Justiça e Direitos Humanos. É Mestre em Direitos Fundamentais pela UNAMA e Doutor em História do Direito pela Universidade de Lisboa. Com trajetória marcada pela defesa dos direitos humanos e da justiça social, coloca sua experiência e compromisso a serviço do Tribunal de Justiça do Pará pelo Quinto Constitucional.

Pissica da Ribite!

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