Publicado em: 31 de julho de 2025
O primeiro turno da Série B terminou com empates por 1 a 1 para os dois representantes do futebol paraense, na décima-nona rodada, em jogos distintos em clima e contexto.
Na noite de segunda-feira (28), o Paysandu recebeu o Athletic-MG na Curuzu e saiu atrás após falha da defesa, que sofreu um contra-ataque fatal. Denner empatou pouco depois, mas o restante da partida teve leve domínio do time mineiro, que está em ascensão no campeonato.
Na terça (29), o Remo visitou o Goiás, líder do campeonato, e foi amplamente dominado no primeiro tempo, mas fez seu gol, com Pedro Rocha. Marcelo Rangel, mais uma vez, foi o melhor jogador do time, com direito a defender um pênalti e a fazer, pelo menos, um “milagre”. O Remo foi melhor na etapa final e perdeu inúmeras chances. Mas acabou levando o empate no final. Dois empates, mas sentimentos diferentes.
No caso do Paysandu, o resultado foi amargo e a atuação preocupante. A equipe de Claudinei Oliveira chegou ao oitavo jogo sob seu comando com quatro vitórias e quatro empates, um ótimo aproveitamento de 66%. Todavia, a herança de 11 partidas sem vitória sob Luizinho Lopes ainda pesa na balança, e o time segue na zona de rebaixamento, na 17ª posição, com 20 pontos. A realidade cobra. Apesar da melhora no desempenho, o time ainda mostra deficiências visíveis no elenco, especialmente quando precisa mexer no meio de campo e no ataque. O mau planejamento da diretoria para esta temporada continua “cobrando a conta”.
As substituições têm revelado as fragilidades de um elenco curto e tecnicamente limitado, especialmente no setor de criação. A ausência de peças que entrem e mudem o jogo é um problema persistente. Some-se a isso o agravante do transferban imposto pela FIFA, que impede a inscrição de novos jogadores enquanto o clube não regularizar pendências financeiras.
Já o Remo vive outro tipo de desafio. Com elenco milionário e contratações constantes, o time foi até Goiânia enfrentar o Goiás, em duelo direto na parte de cima da tabela. Pelo contexto, a sensação que ficou foi a de dois pontos perdidos. O time termina o turno na quinta colocação, com 30 pontos, ainda muito vivo na briga pelo acesso, mas sem a constância que se espera de um elenco construído a peso de ouro. A falta de aproveitamento ofensivo em momentos decisivos ainda assombra. A eficiência, neste nível de competição, é o que separa os que sobem dos que assistem a festa alheia.
Com o início do returno, os desafios se renovam e se intensificam. O Paysandu vai até Curitiba enfrentar o Athletico-PR e precisará de uma boa atuação, tal qual teve na mesma cidade, em 19 de julho, contra o Coritiba, rival do “Furacão”.
O Remo, por sua vez, recebe a Ferroviária-SP, que briga contra o rebaixamento, em jogo que exige os três pontos e uma atuação mais coerente com suas pretensões e investimentos. A margem para tropeços começa a ficar mais estreita.
Ambos os clubes sabem que a campanha até aqui não garante nada: o que está por vir é um campeonato à parte. São 19 rodadas em que a pressão aumenta, os erros custam mais caro e a necessidade de equilíbrio emocional e físico passa a ser determinante. O Paysandu precisa ainda de muito – cerca de 25 pontos em 57 a disputar, para evitar a queda à terceira divisão. O Remo, por sua vez, precisa provar que tem mais do que os enormes investimentos feitos no clube, em 2025: precisa ter espírito de um clube que quer disputar a Série A no próximo ano.
E aí fica a provocação: o futebol paraense, que já foi sinônimo de ousadia, capacidade de superação e resistência, vai tomar que rumos? O torcedor segue apoiando seus times. Para além de tudo, é necessário que Paysandu e Remo consigam resultados para atingir seus objetivos em 2025.
Foto: Rodolfo Marques (Paysandu-PA e Atlhetic-MG)









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