Publicado em: 2 de dezembro de 2014







Fotos: Edney Martins
A população de Abaetetuba deu uma grande mostra de comprometimento com o combate ao trabalho infantil, durante o final de semana. No sábado de manhã, logo na entrada da cidade, os integrantes da caravana do TRT8, TJE-PA e SRTE-PA foram surpreendidos com uma grande faixa que dizia “O município de Abaetetuba dá cartão vermelho ao trabalho infantil”. Os empregados das lojas do comércio estavam todos vestindo a camisa da campanha, assim como a maioria dos fiéis, durante a missa na Matriz de Nossa Senhora da Conceição. À tarde, houve o lançamento oficial da campanha, no auditório do Fórum da Justiça Estadual, com a presença do vice-presidente do TRT8, desembargador Herbert Tadeu Matos. Na manhã de domingo foi promovido um grande evento na Praça da Bandeira, reunindo crianças e adolescentes de várias instituições, que fizeram apresentações culturais e artísticas, enquanto os magistrados, promotores de justiça, advogados e demais parceiros voluntários prestavam orientações aos adultos acerca do trabalho infantil, em uma tenda armada no meio da praça. Um vídeo gravado pela atriz abaetetubense Dira Paes foi exibido ao público.
O evento foi organizado pelo presidente da Subseção local da OAB-PA, José Heiná Maués, que conseguiu várias parcerias, a exemplo da Prefeitura Municipal. O juiz Cláudio Rendeiro, titular da 1ª Vara de Execução Penal de Belém, parceiro individual do Programa, deu brilho especial em todas as ações, com o stand up do seu personagem Epaminondas Gustavo e compôs estes versos em homenagem às juízas do Trabalho Zuíla Dutra e Vanilza Malcher, gestoras regionais da campanha e exemplos no combate ao trabalho infantil, durante a viagem de retorno a Belém.
“O PALCO
O palco é mágico
É abstração
O som
O sol
As pessoas que esperam tua fala
O “camarinho”
O frio na barriga
A visão da praça
Em cata-vento de miriti
Abaeté
Tanta cultura
Sangra açaí
A Dira falando pra os seus
Meninos canoeiros
e eu menino grande ali
e eu menino grande ali
Na mesma alegria
De subir no palco-caminhão
Pela primeira vez
Como se fosse um mambembe
A levantar abandeira do combate
Da luta
De mostrar que é tempo de ficar somente
Na memória do livro
A agressão insana
Do menino que sofre
Pela dor da infância
Perdida em olaria
Em Mangal
Em debulhamentos de caranguejos
Em arrozal
Em cascos
Carvoarias e batelão
Os olhos marejados
A emoção à flor da pena
O sol quente que me mostrava
A Zuíla aguerrida
A Vanilza feliz
E tantos outros
Que bradavam “chega!”
Foi lindo
E em meio a esse frenesi
Pisei no meu primeiro palco-caminhão
No compasso do Carimbó
E fui feliz
Me fiz caboclo
Me fiz menino
E gritei
Com a consciência de que
O palco é cidadão:
“Pessuá , Nessa luta sêmu túdu juiz. Vâmu dálhi cartão vermelho ao trabalho infantí”
Chorei
Eis a emoção do primeiro palco.”
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