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Uma comitiva integrada por nove deputados estaduais visitou hoje as instalações da Hydro Alunorte e da Albras, em Barcarena(PA), a fim de verificar a existência de barragens, poluição ambiental, o processo produtivo e a verticalização da produção. A iniciativa da Frente Parlamentar de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Mineração, presidida pelo deputado Raimundo Santos, foi encampada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Márcio Miranda. Os parlamentares foram recebidos pelo diretor de relações governamentais da Hydro, Anderson Baranov, pelo presidente da Albras, Og Maércio Bernardi, e o vice-presidente, Takashi Nakamura, além do staff das duas empresas. O presidente nacional do Partido Ecológico Nacional (PEN), Adilson Barroso, ex-deputado federal por São Paulo e ambientalista, compôs o grupo.

Na Alunorte, a maior refinaria de alumina do mundo, há 20 anos em operação, em 2009, depois de uma das piores chuvas já registradas, houve transbordamento de lama vermelha dos canais de drenagem do complexo industrial.
Efluentes vazaram ao rio Murucupi, cujas águas adquiriram a coloração vermelha do rejeito da bauxita. A investigação também revelou vestígios de hidróxido de sódio, que é usado no processo de produção de alumina a partir de bauxita. O fato foi lembrado pelo presidente da Alepa, que questionou a empresa e logo no início da visita deixou claro a visita não se tratar de turismo e sim de uma preocupação séria com a possibilidade de novos acidentes, a exemplo da tragédia ambiental em Mariana(MG).

A lama vermelha é um resíduo composto por elementos do minério original e por outros adicionados durante o processo industrial. Ela é depositada como um espesso líquido pastoso ou uma massa semi-seca. Contém silício, alumínio, ferro, cálcio, titânio e sódio, além de potássio, cromo, vanádio, níquel, bário, cobre, manganês, chumbo e zinco. Praticamente todas as fábricas de alumina do mundo depositam a lama vermelha em lagoas artificiais ou aterros. 

Na Alunorte, não existem barragens. Depois de passar por lavagem e filtragem a fim de eliminar a água de processo e a soda cáustica, a lama vermelha se transforma numa massa grossa.
Todo o depósito é revestido por membranas para impedir a infiltração no solo. A drenagem e as águas pluviais são coletadas e levadas à Estação de Tratamento de Efluentes industriais, onde o pH é ajustado e as partículas eliminadas a fim de atender aos padrões da lei ambiental. Assim que o depósito fica cheio, é coberto de terra e espécies vegetais nativas são plantadas. “A explicação técnica tranquilizou os deputados. Confiamos na empresa e sempre que surgir alguma dúvida voltaremos para conferir os fatos“, pontuou o deputado Márcio Miranda(DEM).

Durante a exposição de material institucional da mineradora, quando foi informada a proibição de fazer fotografias na área de operação e a impossibilidade de os jornalistas visitarem a planta, o deputado Raimundo Santos chegou a invocar dispositivos da Constituição que garantem o livre acesso à informação e a necessária transparência das atividades das empresas. Ao final, todos puderam fazer fotos e a imprensa teve livre acesso.
Deputados ouvem os presidente e vice da Albras

Na Albras, a segunda maior fábrica de alumínio no Brasil. que opera há 30 anos, a comitiva não conseguiu visitar a área operacional por causa do adiantado da hora e necessidade de retorno a Belém para compromissos inadiáveis.
A Norsk Hydro é a principal acionista da 
joint venture, com 51% das ações e 49% da NAAC – Nippon Amazon Aluminium Co. Ltd., formada por um consórcio de empresas japonesas, entre trading companies, consumidoras e produtoras de alumínio. 

O presidente da Frente da Mineração, deputado Raimundo Santos(PEN), avaliou como positiva a viagem e adiantou que vai requerer sessão especial na Alepa destinada a receber explicações da Hydro Alunorte sobre o projeto “Para sempre”. Também destacou as  qualidades do alumínio – é leve, resistente, condutor, durável, maleável e fácil de reciclar -, que têm sido divulgadas pela Frente com o intuito de estimular mais empresas a se instalarem no Pará, investindo no segmento, de modo a alavancar a geração de emprego e renda.

Os deputados Renato Ogawa(PR), Belo (PROS), Neil Duarte(PSD), Haroldo Martins(DEM), Ana Cunha(PSDB),  Luth Rebelo(PSDB) e Mílton Campos(PSDB) também participaram da visita, além de assessores da Alepa.


As fotos são de Paulo César Carvalho.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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