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O Theatro Amazonas, em Manaus(AM). Foto: O Povo

Fundada no século XVII à margem esquerda do Rio Negro afim de consolidar a presença lusitana na região amazônica, já na época considerada localização estratégica em território brasileiro, Manaus começou seu núcleo urbano com o Forte da Barra de São José, idealizado pelo capitão de artilharia Francisco da Mota Falcão, em 1669, data convencionada como o nascimento da cidade, que completa hoje 346 anos. 

A Amazônia, de posse espanhola pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494, manteve-se inexplorada até o século XVI, quando se tornou alvo de interesse de holandeses, franceses, ingleses, irlandeses e, principalmente, de portugueses, que saíram em 25 de dezembro de 1615 de São Luís do Maranhão e chegaram ao Pará, onde, em 1616, fundaram na baía do Guajará o Forte do Presépio, nome que fazia referência ao dia da saída do Maranhão.
Desta forma, ocuparam a hoje cidade de Belém e a denominaram Santa Maria de Belém, cuja função era controlar toda a região da bacia amazônica e ocupar as terras de propriedade espanhola. O Estado do Grão-Pará e Maranhão, criado em 31 de junho de 1751, pelo Marquês de Pombal, com sede em Belém, tinha o objetivo de demarcar as fronteiras portuguesas, efetivando o acordo com a coroa espanhola em 1750, o Tratado de Madri. Que, diferente do Tratado de Tordesilhas, que dividia o hoje território brasileiro, era fundamentado no princípio jurídico de uti possidetis, em que “cada parte há de ficar com o que atualmente possui”. 

Ao redor do Forte de São José do Rio Negro se desenvolveu o povoado do Lugar da Barra, que, por conta da sua posição geográfica, passou a ser sede da comarca do São José do Rio Negro. Em 1755, por meio de Carta régia, a antiga missão de Mariuá foi escolhida como capital, passando a se chamar vila de Barcelos. Anos depois a sede foi transferida para o Lugar da Barra, que em 1832 se tornou Vila da Barra e, em 24 de outubro de 1848, a cidade da Barra de São José do Rio Negro. No entanto, com a elevação da comarca à categoria de província, em 1850, passou a se chamar em 04 de setembro de 1856 Manaus, independente do Estado do Grão-Pará. O nome lembra a tribo indígena dos Manáos, que habitavam a região e foram extintos por conta da civilização portuguesa, e seu significado é “mãe dos deuses”. 

A partir de 1870, Manaus viveu o ciclo da borracha, que encerrou em 1913, em razão da perda do mercado mundial para o produto asiático, fazendo com que a cidade retornasse a um novo período de isolamento até o advento da Zona Franca de Manaus, em 1970.


Parabéns aos manauaras!
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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