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No
mundo inteiro, a Vale está com 37 projetos com entraves devido a dificuldades
de licenciamento ambiental. Entre eles, o Carajás Serra Sul, para produzir 90
milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, com investimento previsto de
US$ 8 bilhões, e a obra para elevar em 150 milhões de toneladas a capacidade da
Estrada de Ferro Carajás e de embarque do porto de Ponta a Madeira, em São Luís
(MA), ao custo de US$ 3,4 bilhões – enquanto o derrocamento dos pedrais do rio
Tocantins, no Pará, que permitiria o escoamento pelo porto de Vila do Conde, em
Barcarena, está orçado em apenas R$580 milhões.

A engenheira Vânia Samovilla, diretora executiva de RH, Saúde e Segurança,
Sustentabilidade e Energia, que responde pela área de meio ambiente da mineradora,
reconhece ser inconcebível que uma empresa se permita ser destruidora da
natureza e montou equipe de assessoramento que inclui Beto Veríssimo, do
Imazon, e Tasso Azevedo, que presidiu o Serviço Florestal Brasileiro.
O
projeto Carajás Serra Sul – o maior de minério de ferro em início de execução –
é a menina dos olhos da Vale. A
terraplanagem já começou, enquanto a licença prévia não sai. Faz parte do plano
de investimento de 2012, que totaliza US$ 12,9 bilhões.

Projetado para iniciar operação em 2013, foi adiado para 2016 devido ao gargalo
ambiental. A Vale admite que o projeto tinha estudos incompletos, erro no
EIA-Rima e no meio do processo de licença surgiram problemas com as cavernas
existentes na região: a legislação obriga a preservação em área de mineração,
mas a mineradora faz lobby para flexibilizar a nova regulamentação que está
sendo discutida no Congresso.

No fim de outubro, a Vale protocolou os últimos estudos do Serra Sul. Como é um
projeto dentro da Floresta Nacional de Carajás, tem que ter o parecer do Instituto
Chico Mendes, que pode ser expedido em janeiro, o que possibilitaria a licença
prévia no primeiro semestre de 2012.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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