Publicado em: 8 de fevereiro de 2016

Vale a pena conferir a exposição “Potências Amazônicas: Biodiversidade e Diversidade Cultural na Belém 400 Anos”, no Espaço Cultural São José Liberto. São joias, acessórios, roupas e “mocaps” – projetos conceituais -, em versões inusitadas e belas.
As joias da ‘Belém 400 Anos’ destacam pontos turísticos e outras referências. As da coleção ‘Sinestesia da Floresta”, com gemas vegetais, são inspiradas em frutos, no tucupi, tucumã…
A designer Barbara Müller assina o projeto visual da mostra. Artistas escolheram logradouros ou prédios significativos dos bairros selecionados – Reduto, Campina, Comércio, Batista Campos e Nazaré. Foram trabalhados, basicamente, as fachadas e alguns objetos do interior das residências. A parte teórica realçou os estilos barroco, neoclássico, art nouveau e art décor, muito presentes na cidade. O foco é a arquitetura.

Os pingentes da coleção “Tradição Junina”, em prata de lei, chita e esmaltação paraense, da designer Helena Bezerra, são um escândalo de lindos e originais! Idem as peças da designer Celeste Heitmann, da coleção “História e Sentimentos”, com inspiração na herança de família, com luxo e arte, em prata, caco de porcelana portuguesa e lápis lazuli, equilíbrio perfeito de formas e cores aliadas ao acabamento e exclusividade.

Um desses “mocaps“, denominado “Traição”, criado pelos alunos Amanda Santos, Angelo Salzer, Ferdinando Magalhães e Tamires Menezes, da Uepa, faz referência ao maior movimento popular do Brasil, a Cabanagem. Em formato de cobra até o centro da cabeça, o fogo representado na peça identifica o incêndio dos cabanos em resposta à traição de Eduardo Angelim.

O mocap “Véu da Noite”, criação dos alunos do Curso de Design da Uepa, é um adorno para cabeça inspirado nos participantes do Auto do Círio e da Festa da Chiquita. Os fios e tela em ouro simbolizam a causa e efeito de véu e pureza, pois o véu é um elemento que remete à castidade. As pedras dão o ar que representa a festa e a vontade de se libertar destes paradigmas.

Foto: Leandro Santana/AIB
Já o mocap “Caminhos”, criação das estudantes Alynne Leal e Amanda Barbosa, também da Uepa, representa a peculiaridade de Belém, feita de ruas e de rios, tendo como elementos principais o traçado das ruas e as gotas da chuva.
O colar e pingente da Coleção “Sinestesia da Floresta”, da designer Clara Amorim, em prata 925 com gema vegetal de jambu e gema mineral crisoprásio, é outro destaque, assim como a bolsa “Telhados da cidade antiga”, da designer Rosa Castro, confeccionada em tressê fibra de arumã, couro de boi e madeira.
Os colares e pingentes da Coleção “Belém – Uma Poesia do Imaginário”, em fibra, com metal e madeiras pupunheira, imbuia e miri, da designer Brenda Lopes, também sobressaem, da mesma forma que o colar em prata com chifre de búfalo pirografado e fio laminado sintético, da designer Ana Everdosa.
Integram a exposição nove coleções, 200 objetos e produtos, quatro setores criativos (joias, moda, design e artes plásticas), estudantes de Moda e Design de Produtos, três universidades, 31 criadores e designers profissionais, 40 empresas, empreendedores individuais e microempresas, 70 profissionais prestadores de serviços dos setores de moda, joias, artesanato, e artes plásticas, cinco curadores, oito consultores e um coletivo de criadores.
A mostra ficará aberta ao público até o dia 13 de março, de terça a sábado, das 9h às 18:30h, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h. A promoção é do Governo do Pará, via Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Instituto de Gemas e Joias da Amazônia e Núcleo Estadual de Arranjo Produtivo Local.
As fotos são de Leandro Santana.
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