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Na política parauara, nada há no rugir das tempestades. A sucessão de ataques ao ex-governador Simão Jatene teve o condão de fazê-lo sair de seu mutismo e ressurgir nas redes sociais, com manifestações em vídeo, e assanhou a militância tucana que lhe é fiel, gerando uma movimentação atípica, disseminando vídeos que mostram suas realizações nos três governos. Evidente recado de que está vivo e pode fazer ferida. Mas isso não significa que ele decidiu se candidatar a governador do Pará ano que vem. Nada está resolvido, vai depender das candidaturas à Presidência da República, e das novas regras eleitorais.

Como se sabe, o grupo do PSDB no Pará comandado pelos deputados estaduais e federais está fechado com o governador Helder Barbalho. Nesse cenário, nem legenda Jatene, assim como o ex-prefeito de Belém Zenaldo Coutinho, terão para se lançar e se não migrarem ainda este ano para outro partido. Porém, se o candidato a presidente for um forte aliado seu, é provável que o diretório nacional intervenha e destitua a todos os atuais dirigentes estaduais. E aí a rebordosa seria grande. É improvável que o MDB abrigue a todos, e mais difícil ainda que sejam impulsionados pela máquina administrativa. Pelo que se observa na cena política, a renovação parlamentar será de mais da metade da Alepa e da bancada federal.

Por outro lado – apesar do célebre brocardo político de Gerson Peres de que em política boi voa – não é crível uma aliança de Jatene com a extrema direita, personificada pelo senador Zequinha Marinho e o delegado federal Eguchi, nem com o suplente do senador Jader Barbalho, Helenilson Pontes. Esses personagens dificilmente se unirão em grupo, cada qual tem anseios próprios. E alguns atiram pedras em público mas nos bastidores enviam sinais e mantêm cargos no governo estadual.

É que o golpe duro e presto, depois de feito, desencontrado, se contesta, e há distância entre intenção e gesto, como no Fado Tropical. Perguntei ao meu amigo filósofo mudo de Oriximiná o que ele pensa de tudo isso e ele exclamou: “_Hummmm… hummmmmmm!”

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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2 Comentários

  1. O velho tucano e a metamorfose da fênix?

  2. É triste constatar a indigência da política partidária no Pará. Homens,cujo interesse maior é o próprio umbigo. Gente mentirosa e sem honra.

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