De 22 a 24 de agosto, a Universidade da Amazônia sediará a quinta edição do FALA! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas, proposta inovadora de debate sobre o futuro do jornalismo e seu impacto na sociedade brasileira, abordando a importância da comunicação e da cultura na defesa dos territórios e, em última instância, a defesa da vida, explorando a interseção entre comunicação, arte e cultura numa perspectiva popular, em linguagens artísticas. Realizado no campus Alcindo Cacela, que reúne os principais cursos de comunicação do Pará, o evento é gratuito, com retirada de ingressos pelo Sympla.
O evento também debate acerca da importância da cultura, da identidade e das variadas formas de expressão artística no fazer jornalístico, estimulando o desenvolvimento de uma rede de mídias alternativas que favoreça discussões amplas e contínuas sobre os principais temas do país e do continente, colaborando na proteção dos profissionais da imprensa independentes.
A edição em terras amazônicas será palco para reflexões e apresentações artísticas sobre comunicação, ancestralidade e tradição, e incluirá novidades como sessões de audiovisual da Negritar Produções & Pulitzer Center e oficinas técnicas, além de performances artísticas, debate e rodas de conversa para analisar temas como a tradição oral e a importância do rádio na comunicação dos povos da floresta, como acessar a grana, a imprensa negra – ética e técnicas de reportagem, além do jornalismo de causas e o diálogo com tecnologias ancestrais. Todas as mesas serão gravadas e disponibilizadas posteriormente no canal do YouTube do Instituto FALA!.
O Festival começa na quinta-feira, 22, com intervenção artística da Banda Afro Axé Dudu, seguida pela abertura oficial às 16h45. O tema da mesa de abertura, “Histórias Cruzadas: as Intersecções Entre Jornalismo, Cultura e a Arte na Defesa da Vida”, homenageará o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e sua fundadora, a professora doutora, atriz, diretora de teatro e ativista do movimento negro Zélia Amador com participação da doutora em ciência da comunicação pela ECA-USP Rosane Borges e moderação por Antonio Junião, cartunista, artista visual e também cofundador e diretor de projetos da Ponte Jornalismo. A programação do dia será concluída com uma intervenção artística da banda Tambores do Pacoval, às 18h30.
Na sexta, 23, o festival iniciará com intervenção artística de Mulambra por Maria Flor às 10h, seguida da mesa com o tema “Povos Originários e Comunidades Tradicionais: O Papel da Comunicação na Defesa dos Territórios e na Luta por Justiça Climática”, com participação do jornalista e ativista do povo Guajajara e fundador do coletivo Mídia Indígena Erisvan Guajajara, a jornalista amazônida, cofundadora e editora-chefe do Tapajós de Fato Isabelle Maciel, e da liderança do Quilombo da Família Flores, atuante no projeto social e comunitário Geração Tigres FC, na Frente Quilombola do Rio Grande do Sul Geneci Flores.
Às 14h haverá duas oficinas simultâneas: “Gejornalismo”, conduzida pelas facilitadoras Helena Bertho e Jullie Pereira, ambas da InfoAmazonia, e “Cobertura da COP-30: Passos, Protocolos & Compartilhamento de Experiências”, com a participação de Daniel Nardin, idealizador e editor geral do projeto Amazônia Vox e mestre em comunicação pela UnB, e da jornalista Cinthia Leone, especialista em relações internacionais e divulgação científica, mestre e doutora em ciência ambiental, além de coordenadora da área internacional do ClimaInfo.
Às 15h30, a roda de conversa “Comunicação, Jornalismo de Causas e o Diálogo com Tecnologias Ancestrais”, terá a participação de Zica Pires, ilustradora, pedagoga e membro do Coletivo Agentes Agroflorestais Quilombolas (AAQ) do Quilombo Santa Rosa dos Pretos (MA), Lenne Ferreira, jornalista e editora do site Afoitas, e Carlene Printes, quilombola, ativista dos direitos humanos e graduanda em serviço social. A mediação será feita por Sara Nortx, militante, compositora e produtora cultural da Cultura Hip-Hop em Belém do Pará e coordenadora do coletivo Nortx Ground, focado em questões de gênero e na capacitação de mulheres pretas, periféricas e da comunidade LGBTQIAPN.
A outra roda será sobre “Como Acessar a Grana?”, com a sócia diretora do Alma Preta Jornalismo e cofundadora da Black Adnetwork Elaine Silva, e o comunicador popular Marcos Wesley, pós-graduando em Gênero e Sexualidade, militante do movimento Tapajós Vivo e fundador do Tapajós de Fato. A mediação ficará a cargo de Anderson Meneses, cofundador e diretor de negócios e tecnologias da Agência Mural de Jornalismo das Periferias, seguindo-se exibição de filmes da Negritar Produções & Pulitzer Center.
Às 17h15, haverá contação de histórias: O fazer poético inspirado na vida e na obra do saudoso Mestre Zé Piranha, grande Pajé marajoara, por Ailton Favacho, o Poeta do Pacoval, seguida pela mesa “Griots e Tecnologias Digitais” às 17h30, com a participação do tech policy fellow na Mozilla, mestre em comunicação e doutorando em ciências humanas e sociais, consultor em direitos digitais Tarcízio Silva, da pesquisadora e observadora participante da Comunicação na Amazônia, integrante da Rede Transfeminista de Cuidados Digitais, do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará e da Coalizão Tecnopolíticas Pan-Amazônicas Thiane Neves e do professor e consultor em desenvolvimento e operações de software com ferramentas livres, graduado em Sistemas de Informação e especialista em Gestão Ágil de Projetos Monteiro Luiz Sanches, com moderação da jornalista e apresentadora do Amazonas No Ar, Larissa Santiago. O dia será encerrado com uma intervenção artística de MC Íra e Negrabi às 19h.
No sábado, 24, às 10h, intervenção artística do rapper, poeta e ator Pelé do Manifesto antecede a mesa “Narrativas de Cor e Som: Comunicação Documental Amazônica” com o jornalista, produtor cultural, cofundador e coordenador geral da Na Cuia – Agência de Comunicação & Produtora Cultural, além de jovem liderança pelo programa Embaixadores da Juventude do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes Matheus Botelho, a roteirista, cineasta e educadora audiovisual Mayara Coelho, a artista visual, educadora, ativista LGBTQIAPN+ e pesquisadora Nay Jinks, e a fotógrafa e idealizadora do projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra, Marcela Bonfim. A mesa será moderada por Rosenildo Ferreira, fundador do site de notícias 1 Papo Reto e correalizador do Festival FALA!.
Às 14h será a vez da oficina técnica “Na Linha de Frente: Segurança Digital e Offline para Jornalistas e Comunicadores”, com a comunicadora popular e ativista racial, socioambiental e climática Waleska Queiroz e a comunicadora e educadora popular, especialista em saúde e bem estar mental Paula Amaral.
Uma roda de conversa com o tema “De Rádios a Podcasts: a Importância da Oralidade na Comunicação dos Povos da Floresta”, com a jornalista, mestre em ciências da comunicação e cofundadora da produtora de comunicação Maré Cheia Denise Salomão, o graduado em pedagogia com especialização em jornalismo científico, e coordenador de educação, cultura e comunicação do Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental e Projeto Saúde e Alegria Fábio Pena, a atuante na promoção e no desenvolvimento de rádios comunitárias na região Norte do Brasil, fundadora da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO) Nagi Sanches. Será moderadora a professora da Faculdade de Comunicação da UFPA, Rosane Steinbrenner.
A última roda de conversa será sobre o “Manual de Redação Antirracista: Imprensa Negra, Ética e Técnicas de Reportagem”, com participação de Pedro Borges, jornalista e cofundador da Alma Preta Jornalismo, e Ana Flávia Magalhães Pinto, professora, historiadora com formação em jornalismo e letras, diretora geral do Arquivo Nacional e secretária do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, também integrante da Rede de Historiadoras Negras e Historiadores Negros, que faz parte da Coalizão Negra por Direitos. A mediação será conduzida por Fernanda Rosálio, jornalista premiada na categoria “Jovens Jornalistas” no Prêmio 99 de Jornalismo em 2020 e 2021, com experiência em projetos voltados a direitos humanos, combate ao racismo, meio ambiente, educação midiática e diversidade, e que participou da equipe de elaboração do manual.
A programação segue com intervenção artística às 16h45, e a mesa “Como Vamos Cobrir a Conferência do Clima 2025?” às 17h, com a bacharel em políticas públicas pela Universidade Federal do ABC e coordenadora de Comunicação Institucional do Instituto de Referência Negra Peregum Alice de Carvalho, a indígena do povo Sateré Mawé, bióloga, ativista ambiental e comunicadora, componente da equipe de comunicação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), além de embaixadora da WWF Brasil Samela Sateré Mawé, a jornalista e cofundadora da agência Amazônia Real, Elaíze Farias, e a jornalista especializada em mudança do clima e meio ambiente, Anna Beatriz dos Anjos da Agência Pública. A moderação será feita pela jornalista da Folha de São Paulo, Ana Carolina Amaral, especializada na cobertura de clima e veterana na cobertura de Conferências do Clima. O encerramento está programado para as 18h30, com uma intervenção artística de Layse e os Sinceros com Mestre Curica e Mestre Solano às 18h45.
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