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O processo do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, ainda nem foi distribuído no Tribunal Regional Eleitoral. Assim, não se sabe quando nem quem vai julgar a ação. 

Nas hostes tucanas parauaras, a movimentação nos bastidores é intensa. Com a reeleição, a liderança de Zenaldo se fortalece rumo a uma candidatura ao Governo do Estado em 2018. 

Por outro lado, o ninho está cheio de pré-candidatos. O também prefeito reeleito em Ananindeua, Manoel Pioneiro, almeja o mesmo cargo, e está disposto inclusive a mudar de partido, se for preciso. Tem conversado muito com o PDT. Já o deputado federal Nilson Pinto, único a se reeleger para a Câmara dos Deputados pelo PSDB do Pará, sabendo que não terá o espaço que deseja, cogita ir de mala e cuia para o PV. Por sua vez, o senador Flexa Ribeiro pavimentou, durante o pleito municipal deste ano, sua candidatura ao Executivo, contando ainda com o fato de presidir a sigla. E o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachki, é um nome respeitado e com, digamos, tutano para disputar o cargo majoritário. 

Acontece que o PSDB, apesar de ter o governo nas mãos, diminuiu o número de prefeituras no Pará, embora tenha ampla maioria contando a base aliada. Isso impulsiona candidaturas como a do deputado Sidney Rosa(PSB), que não faz segredo de suas intenções e afirma que o próprio governador Simão Jatene apoiaria um candidato de outro partido.

O PSDB no Pará, então, pode encerrar em 2018 sua trajetória no poder, por decisão própria (apoiando outro candidato), ou por não conseguir definir em tempo hábil um sucessor capaz de unir o partido e assim enfrentar com chances de vitória a candidatura do ministro Helder Barbalho(PMDB), que está posta há muito tempo e que só não está mais forte porque ainda não foram liberados recursos de sua pasta em benefício dos paraenses e também por conta da espada de Dâmocles que é a Operação Lava Jato, onde o senador Jader Barbalho vem sendo citado, por enquanto de raspão, como diz o caboclo. 

Para que os tucanos tenham condições de se organizar seria preciso que o governador saísse de seu mutismo e sinalizasse alguma coisa em relação à própria sucessão. O problema é que Jatene parece achar cedo e ninguém do círculo palaciano se arrisca a tratar do assunto com ele, com a crueza que todos gostariam: afinal, Jatene vai querer uma vaga no Senado? Ou vai sair mesmo em definitivo da vida pública? Irá participar ativamente da campanha sucessória ou vai dizer adeus sem olhar para a frente e nem para trás? 

E ninguém esquece o que houve em 2014, quando a demora em decidir levou a um profusão de candidatos ao  Senado e nenhum se elegeu. A aflição de emplumados é geral.

Um complicador que mexe com todas as agremiações é que quase 30% dos eleitores se abstiveram de votar ou votaram nulo ou em branco neste segundo turno em Belém. Não é pouco.  E quem não se debruçar para decifrar e compreender essa significativa mensagem estará fora do páreo. O que as raposas felpudas e os cientistas políticos pensam disso? Cartas para a redação!
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Praia do Pesqueiro, em Soure, no Marajó

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