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Letícia Nunes, a Lenu, é uma jovem artista plástica que trabalha com ilustrações digitais e manuais, estamparias, livros, projeções, performances e outros projetos visuais. Suas pinturas de colorido intenso já estampam muros e até um grande espaço em shopping de Belém do Pará. A obra mais recente de Lenu é um Mural Inclusivo de Graffiti Sensorial, produzido em conjunto com os profissionais da área da saúde e da educação da APAE Belém para as crianças e adolescentes da instituição, como forma de imersão a partir de exercícios de desenho, de pintura e imaginação. Com uma proposta inovadora, o trabalho de Lenu é lindo e arrebatador.

Um dos quadros do Mural Sensorial e Inclusivo é de experiência sonora. Ele é dedicado ao carimbó. Isto porque, além de ser um dos ritmos preferidos dos alunos (junto com o brega), na APAE Belém um grupo de mães ensaia a dança na quadra poliesportiva, o que faz a música muito presente na rotina da instituição. As crianças participaram da concepção do projeto em oficinas virtuais. Cada um gravou um vídeo dançando sua música preferida, e através de uma enquete elegeram a canção preferida de todos, retratada no mural (a que ganhou foi “No Meio do Pitiú, da Dona Onete). As crianças também confeccionaram instrumentos caseiros com materiais reutilizáveis (embalagens que iriam para o lixo) e o resultado foi rico: tambores, pandeiros, chocalhos, maracas e baquetas. Todos estão pendurados na parede e podem ser facilmente retirados para brincar e tocar, fazendo um convite à experimentação musical.

Todas as oficinas foram pensadas e executadas junto com os profissionais da APAE Belém, em uma vivência interdisciplinar na pedagogia e na saúde. A ideia, conforme a artista, era trazer o conceito de sinestesia para o graffiti, aplicado de forma interativa em projeto inclusivo, produzido pela Psica Produções, através da lei de incentivo à cultura Aldir Blanc.

Lenu revela que desenhar era a sua brincadeira favorita, na infância. Ela lia muitas revistas em quadrinhos e criava os seus próprios personagens. Também gostava de ilustrar as lendas folclóricas amazônicas. A sensibilidade da artista resulta em um trabalho incrível. Ela criou um jogo da memória de numerais, letras e formas geométricas, todo feito de latas de leite reutilizadas e cano pvc. Os stencils e as pinturas das latas foram confeccionados pelos próprios alunos da APAE Belém, em uma das oficinas de criação do Mural Sensorial e Inclusivo.

            As fotos são do acervo da artista.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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2 Comentários

  1. A Arte de Lenu é realmente linda e transformadora! Utiliza materiais simples como latas, cano pvc e incluir os alunos da APAE é transformador e de uma grande sensibilidade!❤️

  2. Ótima reportagem e texto. Parabéns às duas.

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